a infinita ausência

Wednesday, June 29, 2005

29 de Junho de 2005

Querida Teresa:

Estava prestes a mandar-te um poema de Nuno Júdice do seu livro "Pedro lembrando Inês" que adquiri na feira do livro de Lisboa há umas semanas atrás. Mas como sou balança, vacilei. Estás cada vez mais longe da minha memória, não sei quando voltarei a ver-te e se esse dia vier terei coragem? Preciso de voltar a escrever, perdoa-me a falta de inspiração, mereces muito mais do que estas pobres palavras que te envio, pobres palavras interditas.

5 Comments:

  • At 3:51 AM, Anonymous Anonymous said…

    Ainda bem que voltaste. Já inha saudades da tua companhia.

     
  • At 4:19 AM, Anonymous Anonymous said…

    Percebi que sabia o que é amar através das tuas palavras.
    Agora também tenho um amor impossível, e consigo vê-lo em cada palavra que escreves, como se eu as tivesse escrito. E dói, dói muito. Dói saber que está lá, ao fundo da rua, e que eu n posso fazer nada...limito-me a olhar a rua na esperança de o ver...

     
  • At 7:33 PM, Blogger ec said…

    como a ausência nos dói, a presença, a distância intransponível e irremediável que nos une e afasta da pessoa amada, a impossibilidade cruel do amor absoluto, a espera vã duma palavra, dum gesto, dum olhar, dum sorriso compadecido, como tudo isso nos dói.

     
  • At 12:05 PM, Anonymous Anonymous said…

    olá
    qd me vi num estado semelhante ao teu, a única coisa k parecia ter sentido para mim era escrever, escrever-lhe, gritar ao vento e ao mar, até que me acabassem as forças.
    qd souberam k lhe escrevia falaram-me nos blogs, aconcelharam-me a escrever 1.
    vi o nome do teu blog e o seu endereço e abri-o.
    foi o único blog k li e acho k n preciso de ler + nenhum. depois de o ler, li tb os comentários. há quem n perceba como é possível amar assim, perdidamente. eu percebo, ah se percebo.
    li numa das respostas a 1 comentário que este blog é teu para ela e n para os outros lerem. existe para gritares as palavras k te sufocam e te fazem viver em desespero.
    foi exactamente o k respondi qd me disseram para escrever um blog, uma vez k lhe escrevia. disse k n, k as minhas palavras n seriam para + ninguém...
    tu pareces arrancar forças nas palavras sábias de escritores. embora tb goste mt de ler, as minhas forças têm sido arrancadas de algumas músicas. sinto-as e dedico-lhas.
    passei e passo dias horríveis, tb a minha vida perdeu o sentido, tb n consigo responder às minhas responsabilidades, tudo me faz lembrar, tudo me faz sentir a sua presença.
    as pessoas dizem k passa c o tempo, eu acho k n.
    tive a confirmação qd li o teu blog.
    n vai passar, pois n? vai ser sempre este vazio, esta constante sensação de angústia sufocante, este desespero por tocar quem n está ao nosso alcance.
    a única coisa k dá algum sentido à minha vida são os pequenos momentos em que aquele sorriso me preenche. sim, estamos perto. a nossa proximidade, olhar mais uma vez aquele sorriso, tem sido a única coisa k m faz esboçar um pequeno sorriso, embora seja um sorriso de alegria e desespero, simultaneamente.
    n sei como consegues n a ver. eu n consigo… doi qd estamos perto, é insuportável querer tocar, querer sentir, querer cheirar, querer saborear e n poder, mas é infinitamente pior n ver aquele sorriso!

     
  • At 8:03 PM, Blogger ec said…

    obrigada por partilhares a tua história comigo e sobretudo compreenderes e concordares com o que escrevo e sinto. na maior parte das vezes sinto que sou incompreendida e tenho pouca gente com quem posso falar abertamente sobre este amor que é proibido e insano... não tenho a tua coragem para enfrentar esse tal sorriso, fugi dele e ainda o evito porque sempre que o vejo caio irremediavelmente ao abismo. esse sorriso é demasiado grande para um ser frágil como eu, tritura-me, esquadrilha-me, enleva-me, enfeitiça-me, transforma-me na pessoa mais feliz do mundo mas de um momento para o outro torna-me uma miserável.
    se o tempo cura? não cura nunca mas atenua, creio que estás a sentir o mesmo que eu há 5 anos atrás em que até o ar que se respirava doía com a ausência da pessoa amada. nada faz sentido, tudo é-nos indiferente, só a presença dela e as suas palavras nos dá alento, um pouco de luz, um pedaço de céu, o suficiente para continuarmos a viver, a sonhar, fazer um esforço para nos erguermos da cama.

    "Creio que foi o sorriso,
    o sorriso foi quem abriu a porta.
    Era um sorriso com muita luz
    lá dentro, apetecia
    entrar nele, tirar a roupa, ficar
    nu dentro daquele sorriso.
    Correr, navegar, morrer naquele sorriso."

    Eugénio de Andrade

     

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