a infinita ausência

Thursday, August 10, 2006

10 de Agosto de 2006

Querida Teresa:

O tempo ruge lá fora, espraiando raios solares alegremente à minha janela fechada, um pouco sufocada confesso (vou abri-la), uma aragem irrompe o meu tédio matinal de quem está demasiado livre para fazer coisa nenhuma ou demasiado presa para querer fazer tudo. Tudo aquilo que a alma cobiça, não é assim muito para quem me conhece, até lhes soa a pouco, os realistas, os práticos – “queriam-me fútil, quotidiano e tributável?”
Todos os dias faço-me a mesma pergunta silenciosamente, no meio dos afazeres domésticos, nos momentos de solidão acompanhada, no meu breve passeio até ao trabalho – devo escrever-lhe? – depois surge as infindas questões de orgulho, trava-se a batalha entre o querer e o dever, o que lhe poderei dizer, será que vale a pena, achas que ela não se vai aborrecer… Por que sempre que resvalo para a tristeza, a incompreensão, o cansaço e as interrogações assustadoras, preciso tanto de ti?

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