a infinita ausência

Monday, March 07, 2005

7 de Março de 2005

Querida Teresa:

Há uma vaga sensação de desconforto, não sei o que é, não consigo ainda decifrar a sua causa, tactear a sua textura, é provável que provenha da tua ausência cada vez mais longa, cada vez mais profunda mas tenho de acrescentar um ponto curioso: já não te espero ao virar da esquina da eternidade, não vou lançar mais gritos contidos em lágrimas ao mar para que os oiças ao longe. Cansei-me de ser um farrapo compadecido prostrado a teus pés sem dignidade, brilho e vida. Quero provar-te que também sou luz, capaz de trespassar-te, ruborizar-te, fazer-te ascender até à plenitude do ser e por isso não te espero, irei ao teu encontro no dia em que todos os sinos do mundo ribombarem para te dizer o quanto te amo!

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