a infinita ausência

Friday, August 17, 2007

17 de Agosto de 2007 (noite imensa)

Querida Teresa:

Já passaram sete meses desde o nosso último encontro aqui, não poderei dizer cantinho recôndito porque uma velha amiga nossa já me descobriu, mas não será por isso que deixarei o meu breve desabafo desaguar nesta tela virtual. Entre nós houve correspondência trocada, silêncio intermitente, palavras sem voz nem boca que não cabem na imensidão deste espaço solitário. Creio que durante estes anos fui crescendo tranquilamente (confesso que não da forma célere que eu gostaria, da forma que possibilita florescer o teu amor por mim) e reparo que continuas a ser a Teresa que eu conhecera e por quem me apaixonara no exacto momento em que te vi, embora me digas constantemente que estás a envelhecer por dentro e por fora. (Resides nas memórias vastas de uma refugiada leal que te abrigará na velhice). Há momentos em que necessito de exaltar as memórias para que a foice do tempo não as ceife nem um fragmento, daí surge um e-mail meu na tua caixa de correio, porém, já não espero com ânsia infantil por uma resposta tua. Daqui a uns dias estarei perto de ti, só me resta saber se terei coragem de destapar o sol que me arde os olhos só de imaginá-lo na minha frente, incapaz de suster um corpo incendiado ao lado do mar imenso de doçura intocável.

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