a infinita ausência

Friday, August 17, 2007

28 de Agosto de 2007

Querida Teresa:

Já moro debaixo do mesmo céu que tu há precisamente uma semana. Confesso que penso em ti todos os dias, observo atentamente a multidão nos lugares em que a probabilidade de apareceres é maior, e coloco-me a mesma questão há uma semana: escrevo-lhe, digo-lhe para nos encontrarmos? Porque efectivamente necessito de te rever, boa Teresa, como se a minha viagem fosse um desperdício se isso não acontecesse, como se fosse deixar um membro meu esquartejado nesta terra amaldiçoada no dia da minha partida e ficasse incompleta. Mas o pavor de não me quereres encontrar ou que isso fosse uma maçada para ti é enorme, desmedido como o silêncio inquieto desta sala vazia.

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