a infinita ausência

Tuesday, June 08, 2010

8 de Junho de 2010

Querida Teresa

Apeteceu-me vir falar contigo, apesar de saber que não me ouves, não me respondes, não me lês - não me queres na tua vida. Que importa? Falo com a Teresa de há onze ou doze anos atrás, nem sei, já perdi a conta. Escrevo para ela, que é delicada, sensível, generosa, aquela que possui a Beleza, o dom da palavra, a capacidade milagrosa de nada dizer e tudo ser. És a portentosa Vénus que embala os mortais só com o virar dos olhos; és a magnífica Medusa que petrifica os corações inconsoláveis com um sorriso rasgado; és a minha Teresa, a única e insubstituível que destrona todas as deusas da mitologia, porque não foste inventada nem polida pela pena dos poetas, tu vives e respiras com alegria e tristeza naquele pontinho extremo da Terra.
Sempre que quero vejo-te claramente visto porque a minha alma é o chão por onde pisas. Sempre que preciso desenho o teu sorriso na minha mão porque a linha da vida e da morte são os contornos finos dos teus lábios. Sempre que tento ouvir a tua voz basta estar atenta porque os cânticos da Natureza são límpidos e belos como a tua voz.
Como agora, neste momento que chove lá fora, sinto-te perto a irradiar luz e energia. Dás-me forças, coragem, empurras-me para a frente com o teu desprezo para que um dia eu possa voltar o rosto e olhar-te fixamente sem fraquejar.

7 Comments:

  • At 6:40 PM, Anonymous Anonymous said…

    É realmente magnifico essa tua dedicação!Por vezes tenho pena de não ser eu essa Teresa, apesar de eu ser Teresa.Força e nunca deixes de amar, nem que seja outra pessoa!Bem haja

     
  • At 10:27 AM, Blogger ec said…

    Obrigada Teresa pelas tuas palavras... Quem me dera que Ela mas dissesse tambem. Pode ser que um dia volte a lembrar-se de mim, e eu estaria sempre a sua disposicao. Este blog da-me forcas e esperancas para que um dia isso aconteca. Beijinhos*

     
  • At 1:56 AM, Blogger Moony said…

    Voltaste :)

     
  • At 12:10 PM, Blogger ec said…

    É verdade Moony, parece que volto sempre para o lugar que afinal nunca parti. Não posso, não quero, nem consigo partir.

     
  • At 2:13 PM, Anonymous Anonymous said…

    E não partindo, delicia-nos com esta tão bela escrita de louvor á sua amada; pena é que não seja correspondida... mas não desista, talvez um dia! quem sabe???
    Sorte

     
  • At 10:45 AM, Anonymous Anonymous said…

    Olá ec!

    Honestamente recuso-me a acreditar que uma pessoa possa amar tanto tempo sem ser correspondida... eu já o faço há oito anos e o seu blog (por mais inspirada que seja a escrita)assustou-me muito. Vejo nele o reflexo da minha situação e ao contrário de si (o que ainda torna a minha realidade mais deprimente) luto com unhas e dentes para esquecer a minha "Teresa". Se não é indiscrição gostava que me respondesse ao seguinte: tem tido outros relacionamentos ou também se guarda para a sua Teresa?

     
  • At 5:04 PM, Blogger ec said…

    Uma possível resposta à sua pergunta: a vida é uma coisa, a literatura é outra.

     

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