a infinita ausência

Monday, October 01, 2012

1 de Outubro de 2012

Querida Teresa,

Mudei de ideias e escrevi-te, fui ao teu encontro com um coração aberto nas mãos, sem nada a querer em troca. Alegraste-me com a tua alegria e sei que é isto que devo fazer, pois se digo que gosto de ti, há que mostrá-lo, palavras bonitas leva-as o vento - deixei de querer ser poetisa, amante impossível, sonhadora acordada; agora quero ser apenas tua amiga, amiga a valer, que sofre com o teu sofrimento e rejubila com a tua felicidade. Não se consegue obrigar ninguém a amar-nos ou a deixar de nos amar. A amizade é uma ramificação do amor, igualmente bela, e até menos complicada. Nesse sentido, não tenho razões para me lamentar, julgo que a nossa relação atingiu um equilíbrio que jamais pensaria que pudesse ser. Sinto-me bem assim, sem ansiedades, julgamentos, críticas, queixumes; sinto que agora estou em condições de gostar de ti com inteireza, integridade e leveza - só este tipo de amor dura e vale a pena cultivar. Estamos livres, deixemos as âncoras para os egoístas e os inseguros.

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