17 de Outubro de 2007
Querida Teresa:
Hoje a melancolia fez-me regressar a ti silenciosamente, como se não existisses; e de facto, não tens existido da forma implacável que me habituei a respirar. E hás-de continuar assim, até que um dia quebres o gelo da tua boca cozida de linhas frias de indiferença, ao pronunciar o meu nome. Renunciei à delicada e obstinada perseguição à tua imagem que jazeu há séculos na orla mirífica da minha adolescência; e a cada encontro real vejo a minha frágil pequenez reflectida em cada sublime gesto teu - terríveis momentos ínfimos que sou obrigada a guardá-los, calá-los no chão mais próximo da alma. Por mais longe que o meu sentimento por ti possa alcançar, uma nesga de orgulho aconselha-me a espera. A espera do mais puro insignificante gesto teu.
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