a infinita ausência

Wednesday, October 17, 2007

22 de Outubro de 2007

Querida Teresa:

São quase duas da manhã; ouve-se uma mistura de sons estranhos lá fora, cantos humanos, sussurros do vento, a pura mudez da noite. O cansaço afaga-me as costas dobradas de mil anos de existência de lassidão, talvez já com a tua fiel companhia a assombrar-me entre o maravilhoso e o terror – “terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo”. Bebo o chá para tranquilizar a mente, hoje, ressequida por experiências desgastantes, aborrecidas, terrivelmente quotidianas; e tu és o meu refúgio nocturno possível.

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