a infinita ausência

Tuesday, November 20, 2007

12 de Dezembro de 2007

Querida Teresa:

Os dias têm-me parecido mais longos, é por estar na época de exames que tenho usufruido o direito de ficar uns dias em casa sem trabalhar. O que é óptimo para quem precisa de repousar o corpo como se voltasse de uma longa caminhada com os pés doridos, e os olhos cheios de pó da estrada. Às vezes é assim que me sinto, todos os dias faço uma viagem (na minha pequena terra) a partir do momento em que saio de casa até o regresso, apesar das mesmas caras matinais em que me encontro na paragem de autocarros, das mesmas conversas sobre o quotidiano em que travo com os colegas da faculdade, do mesmo tédio que partilho com os colegas do trabalho.
Não tenho sentido gravemente a tua falta, creio que finalmente te mistifiquei, tornando-te um mito, isto é, estás morta, divinamente extinta. Só através da palavra poderei te evocar, te falar para que me oiças verdadeiramente, quem sabe um dia...

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