a infinita ausência

Friday, November 09, 2007

9 de Novembro de 2007

Querida Teresa:

Por vezes gostava de saber como consegues viver livre de desassossegos, de forma tão natural e desprendida, sem a paixão das minhas palavras, que dizias ser o único momento de poesia do teu dia. O meu silêncio prolongado é o grito de orgulho que te lanço sem, no entanto, te atingir, porque já há muito tempo que tudo que emana das minhas mãos, é-te indiferente. Apesar de sermos ambas balanças, não consigo ascender até esse teu elevado grau de desprendimento relativamente a sentimentos - tu abafas o amor na alcova segura e estéril, que te devolve somente o sabor agreste do hábito.
Infelizmente os deuses não me poderão responder se na próxima vida, época, circunstância menos complexa, eu poderei, enfim, naufragar no mar sem tormenta do teu corpo interdito...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home