a infinita ausência

Tuesday, November 20, 2007

22 de Novembro de 2007

Querida Teresa:

Há três dias que ando doente com o vírus da gastroenterite a brincar com os meus intestinos desprovidos de armas para o combate, já que a rainha guerreira que comanda as tropas do seu corpo, está, de igual modo, ferida. Pelo tempo que colhe insensivelmente a efemeridade dos meus dias atulhados de tarefas, na maior parte, inúteis; pela letargia que emergiu do pélago há muito tranquilo no fundo da minha alma; pelas ideias negativas que tumultam o meu pensamento, noite e dia, sobre o meu desempenho nas funções académicas, que me têm deixado céptica, insegura, macambúzia. E a eterna questão alvorece as minhas manhãs: será que vale a pena o sacrifício? Depois, o mestre, o homem que me despertou a consciência murmura, gélido e insistente no seu sepulcro espiritual: "tudo vale a pena, se a alma não é pequena".

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