a infinita ausência

Monday, February 11, 2008

11 de Fevereiro de 2008

Querida Teresa:

Mudei de táctica; em vez de me recolher no silêncio e depor as armas, os braços, a pena como vencida, vou-te sufocar com a beleza incomensurável da poesia; todas as semanas receberás versos que te farão lembrar da minha existência. Um dia, um dia, hás-de descer do teu pedestal de musa eterna e sagrada, hás-de espalhar ao meu redor pétalas de luz, de alegria breve através das tuas palavras. Vivo obcecada nesse círculo onde floresce bagos de emoção excessiva - onde não encontro em nenhum perfil feminino, nenhuma rua deserta, nenhum verso que me prenda as veias e não me obrigue a lembrar de ti. Caminho contigo debaixo do braço, escondida na minha sombra, desvairada pelo teu silêncio abafar o meu grito árido.