a infinita ausência

Tuesday, May 17, 2005

17 de Maio de 2005

Querida Teresa:

Já há alguns dias que não vim cá, tiveste saudades minhas? Creio que não. Mandei-te um postal a dizer que apesar de teres tanta gente a estimar-te, o meu amor por ti será o único eternamente fulgurante. Não me disseste nada, não sei se te incomodei com essa pequena declaração de amor mas enfim, se é verdade que mal há em dizer?
Estou cansada Teresa, demasiado silêncio entre nós.

Monday, May 09, 2005

9 de Maio de 2005

Querida Teresa:

Disseste-me que poderíamos tomar um café quando viesses a portugal e que te desse o meu número de telemóvel. Não te disse nada, ainda, nem sei se vou dizer alguma coisa acerca disso porque não te quero ver, não te vou conseguir ver. É como se olhasse o sol de frente e isso traria consequências irreparáveis, queimar-me-ia como na última vez que nos encontrámos. Esta ideia é-me inconcebível e terás de me perdoar, pelo meu silêncio como resposta, ou melhor, a minha cobardia.

Thursday, May 05, 2005

5 de Maio de 2005

Querida Teresa:

Ontem mandei-te um postal virtual com a seguinte mensagem: se todas as vezes que pensasse em ti e te mandasse um postal então terias um milhão todos os dias à tua espera. E respondeste-me a dizer que se te mimassem todos os dias assim não terias mais nada a desejar, pois também ontem recebeste uma flor da tua amiga que ela secretamente pôs no teu gabinete... Fiquei contente por seres amada por tanta gente mas não consegui evitar uma pontinha de ciúme porque sempre lhe deste imensa importância, dizes-me que ela é especial, é inteligente, é eloquente, oferece-te o primeiro livro que edita, e começo a pensar se ela não gosta de ti de uma forma diferente? Enfim, o que importa é a tua satisfação, alegro-me ao saber que pelo menos o teu dia de ontem foi excepcional.

Wednesday, May 04, 2005

4 de Maio de 2005

Querida Teresa:

Hoje fartei-me de trabalhar e é verdade que a terapia ocupacional resulta, pois não temos tempo em demasia para pensar no que não devemos e sabes que quando páro só penso em ti, no que poderás estar a fazer, a pensar, a dizer. Nem continentes e oceanos me separam de ti, existimos debaixo do mesmo céu, só não olhamos à mesma hora o alvorecer dos dias. E definitivamente não olhamos para a mesma direcção mas eu de tanto olhar-te ceguei-me e já não consigo ver mais nada ou alguém neste mundo.

Tuesday, May 03, 2005

3 de Maio de 2005

Querida Teresa:

Não me dizes nada, já é de esperar, quase um gesto natural teu cujo motivo não sei denominar nem penso sequer em opor. Faz o que achares melhor, o que o teu coração ditar, se não tens saudades de me ler como eu tenho de ti, paciência, quem ama sem ser correspondida sofre em silêncio incomensuravelmente. E tal como a tua amiga especial uma vez disse-me, o amor é belo, quem ama deve exaltá-lo, cantá-lo alegremente à pessoa amada. Como sempre, ela tem razão. Tu sabes que estarei sempre aqui.