a infinita ausência

Friday, October 14, 2011

14 de Outubro de 2011

Querida Teresa,


Durante os meses de Verão trocámos alguns e-mails interessantes, se a memória não falha, foi a partir do momento em que me pediste um conselho para ajudar uma amiga tua, que sofria de depressão. Depois o teu trabalho começou, o pouco tempo que poderias dedicar em responder aos meus e-mails diminuiu significativamente, e eu também não insisti que as coisas fossem de outra forma. Não digo que tudo se me tornou indiferente, apenas aceito todos os gestos teus com naturalidade, sem doses excessivas no que toca ao pensamento e à emoção.

Não deixei passar o teu dia de anos em silêncio, ficaste feliz pelo facto de me ter lembrado. Dois dias depois era a minha vez de receber o teu brinde e deste-mo com o teu esquecimento. Não digo que me és indiferente, mas a tua indiferença é demasiado corrosiva, o amor está contorcendo de mágoa, morrendo lentamente.