a infinita ausência

Wednesday, June 29, 2005

29 de Junho de 2005

Querida Teresa:

Estava prestes a mandar-te um poema de Nuno Júdice do seu livro "Pedro lembrando Inês" que adquiri na feira do livro de Lisboa há umas semanas atrás. Mas como sou balança, vacilei. Estás cada vez mais longe da minha memória, não sei quando voltarei a ver-te e se esse dia vier terei coragem? Preciso de voltar a escrever, perdoa-me a falta de inspiração, mereces muito mais do que estas pobres palavras que te envio, pobres palavras interditas.

Tuesday, June 14, 2005

14 de Junho de 2005

Querida Teresa:

Morreu o nosso grande poeta que tanto estimas e por tua causa comecei também a descobrir o seu infindável encanto. Os melhores poetas desapareceram (os que me deste conhecer aos poucos) assim como uma parte de mim que ficou colada na palma da tua mão. Estou a viver tranquilamente perante o silêncio entre nós, é uma fase já natural da nossa relação, se é que me permites designá-la dessa forma. Embebedo-me através de filmes atrás de filmes para me esquecer da tua presença longínqua, da tua sombra vaga persecutória e da minha aparente insignificante existência.

Wednesday, June 08, 2005

8 de Junho de 2005

Querida Teresa:

Long time no see... Estive de férias, fui até ao Algarve apanhar banhos de sol mas não me esqueci de ti, nem um dia. Fizeram-me bem esses dias, longe da loucura e soturnidade citadinas, o mar oferece-me tranquilidade e paz de espírito que há muito perdi. É estranho que não tenho vontade de te dizer isto tudo para que me possas responder (acaso te apetecesse), deste modo não terei a esperança vã, a ilusão sempre adiada de um beco sem saída.