a infinita ausência

Friday, June 30, 2006

30 de Junho de 2006

Querida Teresa:

Ontem escrevi um poema, nos momentos de mais intensa solidão. Ainda estou a ponderar se te vou mandar, talvez quando chegar o momento devido, no limite da desesperação de te ouvir, de querer um naco da tua atenção. Vou estar de férias uma semana, nem sei bem como usufruí-las, o trabalho ao menos alivia a dor de pensar, o vício de questionar a minha vida, o meu interior turbulento onde me acenas constantemente com um sorriso de voragem divino.

Wednesday, June 28, 2006

28 de Junho de 2006

Querida Teresa:

Voltei à normalidade, do sossego estóico das emoções fugazes, pois há uma semana que espero em vão a tua palavra, a inquietação constante e afã acaba por esmorecer aparentemente sob o meu perfil de pélago impassível e discreto. Quando te lembrares de mim – ao deparares com alguém que carrega semelhante alma complexa, ao ouvir uma exaltação fervorosa sobre o amor, ao contemplares até às lágrimas um crepúsculo que fere e fascina – eu estarei sempre aqui para te ouvir.

Thursday, June 22, 2006

22 de Junho de 2006

Querida Teresa:

Nestes dois dias tenho ido ao e-mail box várias vezes para ver se me disseste alguma coisa… Às vezes nem sei se prefiro que assassines duma vez a minha ilusão e as minhas parcas esperanças, do que me surpreenderes com a tua palavra, a tua presença inesperada, para que eu regresse a este ciclo vicioso da viagem dolorosa e solitária, repleta de ânsias sufocadas sem nome. Tu sabes que te espero, esteja onde estiver, até o fim dos meus dias.

Tuesday, June 20, 2006

20 de Junho de 2006

Querida Teresa:

Após ondas de mudez da tua parte, deliberadas, procuraste-me. Quando vi o teu nome relampejar no monitor, balbuciei “estou a sonhar?”, para que tu vejas a sinceridade da minha alegria, satisfação imensa ao encontrar-te. Deste-me o privilégio de observar-te inteira, é uma fotografia recente, continuas a ser a minha única deusa detentora duma beleza irrevogável e singular, como me sinto especial só de te adorar.
Este espaço jamais se extinguirá por ser impossível o fogo que me dilacera docemente por tua causa se extinguir também. Sinto-o com mais intensidade à medida que o tempo passa e me concede maturidade, lucidez, consciência. Não me permito arrastar pelas ruas ridículas da amargura por não ser correspondida mas enaltecer o que há de mais belo em mim, o Amor.

Monday, June 19, 2006

19 de Junho de 2006

Querida Teresa:

Depois de sete meses de ausência, regressei ao "nosso" cantinho recôndito, ao meu refúgio secreto, ao meu mundo vasto e aberto para te enaltecer, para me sentir mais próxima de ti. Sabes, que isto faz-me lembrar do "Diário da tua ausência" de Margarida Rebelo Pinto? Tive o seu livro na mão e li apenas diagonalmente umas páginas mas já deu para entender a sua mensagem de amor tão puro e verdadeiro, que as pessoas até têm medo, vergonha e desprezo por ela, daí o seu rótulo de banal, lamecha, etc... Até parece que há motivo mais nobre neste mundo que o Amor!