a infinita ausência

Tuesday, July 14, 2009

14 de Julho de 2009

Querida Teresa

As férias têm-me trazido uma certa moleza e indisciplina para o trabalho intelectual. Acordo tarde nas folgas, deixo-me arrastar pelas trivialidades e esqueço-me do que é realmente importante. Curiosamente nestes últimos dias tenho pensado em ti, das centenas de e-mails que trocámos, das tuas palavras milagrosas capazes de suavizar a aridez dos meus dias ou de ressequir a pouca alegria da minha alma. Revi as tuas fotografias, sempre deslumbrante, segura, sorridente - mulher de beleza estática e avassaladora.
Jurei dedicação eterna no cultivo deste sentimento que tão bem conheces há dez anos. Jurei também que a tua beleza será única e insubstituível, mesmo que o teu rosto venha a ser encarquilhado e correado, e o teu corpo volumoso e disforme, sempre te verei como pela primeira vez. O silêncio, a ausência e a distância apenas enfatizam e credibilizam a minha promessa.