a infinita ausência

Wednesday, September 26, 2012

26 de Setembro de 2012

Querida Teresa,

Já viste, a vida é mesmo irónica. Há mais de uma década que teço lamentações e auto-destruições aqui só porque te queria ler, agora que me escreves todos os dias, resolvi colocar um ponto final. Perdoa se não consigo conviver contigo e com a tua paixão secreta, nunca gostei de práticas a trio, seja lá o que for. Depois de tanta espera e dedicação, não aceito ser aquela que te ouve atentamente, tentando controlar o que o ego me diz - és mesmo uma estúpida! queres ficar mais dez anos à espera que essa paixão passe, vais ficar na fila até quando? achas mesmo que vale a pena?! - e não consigo continuar a ser a tua única confidente desta história trágica que vives, que absorve toda a luz possível, deixando apenas trevas e angústia. Não Teresa, sei muito bem o que quero e o que quero difere e está nas antípodas dos teus desejos. Quero um Amor-Sol, que brilha o caminho por onde passo, que enaltece o milagre da vida, que projecta para o equilíbrio e a harmonia, que me dá razões para viver e não para morrer.
Apercebi-me de que não sabes amar dessa forma e que nunca terei a coroa de musa que tu ofereceste a outra pessoa. Enfim, perdoa o meu egoísmo, não poderia consentir que me arrastes contigo no rio da depressão, estou cansada e farta de sofrer, i'm done. E sinto-me bem em poder dizer isto, em poder escolher o meu caminho sem vacilar, acabou-se a peça "O Monólogo de uma Vítima de Amor Impossível", porque afinal até seria possível, talvez se esperasse mais uma década, duas, três, pois não acredito que essa pessoa vá esperar-te no final da estrada, como eu.

Tuesday, September 18, 2012