a infinita ausência

Wednesday, March 30, 2011

30 de Março de 2011

Querida Teresa
nem posso acreditar que me respondeste ao e-mail que te enviei há dois dias atrás. Como sempre, ocupada e mulher de poucas palavras. Antes de te ler, um tremor surpreendeu o meu coração, desabituado a sensações fortes. Não vou escrever-te e maçar-te com a minha ânsia doentia de te ler, como dantes, pois isso só nos leva à separação e ao aborrecimento. Vou deixar que a saudade volte a inundar os meus sentidos do aroma do teu amor impossível, e aí tudo o que escrever fará mais sentido. Só o facto de saber que "adoraste" o meu e-mail e me agradeceste, é o suficiente para alimentar e nutrir este coração jovem e vivo, que será sempre teu.

Monday, March 28, 2011

28 de Março de 2011

Querida Teresa
há muito tempo que deixei de escrever, embrenhada em outras tarefas menos poéticas e inspiradoras, e tu deves saber melhor do que eu, como isso é necessário mas amargo. Dizias que gostavas de um dia escrever como eu, e eu não podia acreditar que alguém como tu - mulher bela, sedutora, perfeita - me poderia elogiar, seja do que for. Eu não podia aliar-me à cegueira e à falta de auto-estima para te conquistar, mas o equilíbrio, a harmonia e a justa medida tão difícil de alcançar, que os clássicos promoviam. Hoje sei disso e já é tarde. Não te vejo, não te sinto; não porque estás mais longe do que dantes, mas o que nos unia, desvaneceu naturalmente, como o ciclo eterno de todos os seres. Agora terei de esperar-te na próxima vida, pode ser que eu venha a ser mais hábil em assegurar um lugar especial no teu coração: o lugar almejado por muitos com certeza, e só de pensar que em tempos tive o privilégio de me abrigar aí, alegro-me com infinita gratidão.