a infinita ausência

Monday, August 15, 2011

15 de Agosto de 2011

Querida Teresa


Estava de volta ao meu sossego quotidiano, fisicamente longe de ti e dos pensamentos que me causavam ansiedade e depressão, pela impossibilidade de ser feliz sem a tua presença. Já não esperava pela tua resposta aos meus e-mails, o teu silêncio não me entristecia, habituaste-me a lidar com isso com ligeireza e naturalidade. Eis que me envias um e-mail a pedir um conselho. Fiquei radiante todo o dia como se tivesse engolido o sol de um só trago. Sabes que sou um ser naturalmente pensante e propenso às divagações filosóficas, penso como é possível exerceres uma tal influência em mim, quando me ignoras despudoradamente durante tantos anos e regresso a ti num ápice, sempre que quiseres? A questão é que nunca parti, tenho estado sempre à espera e há-de ser sempre assim. Às vezes consigo ser lúcida, pensar sem o olho da paixão a atormentar-me, e vendo as coisas mais claras chego à conclusão de que não tens nada de extraordinário, excepto a tua beleza física. Afinal, o que me ata a ti de uma forma indelével?