a infinita ausência

Tuesday, July 24, 2012

24 de Julho de 2012

Querida Teresa,

E é assim que regressaste ao teu país de silêncio, distante e inacessível para mim. Aceito o teu afastamento embora não compreenda, talvez tenha criado demasiado expectativas. Não será possível criar uma amizade sólida assim, muito menos algo para além dela, somos diferentes e sobretudo não tens disponibilidade para mim. Para manter qualquer relação é preciso isso, mostrar afecto, seja pelas palavras ou acções. Talvez nunca me tenhas visto como uma amiga, mas então qual é o motivo dos teus e-mails inesperados? Who cares.
O teu silêncio abrupto também é positivo, torna-se um travão ao meu entusiasmo, à minha alegria e obsessão de te ler; exige que eu medite sobre o que está a acontecer para que a paz volte a reinar a alma. Estou bem, independentemente do que possas fazer ou não fazer, e creio que este processo se chama estar a envelhecer, no sentido positivo da palavra associado à tranquilidade, sabedoria e confiança, o que gosto bastante.

Sunday, July 15, 2012

15 de Julho de 2012

Querida Teresa,

Curioso como há dois dias pediste-me notícias. Tens perpassado a minha mente como um relâmpago inesperado do estio, e eu deixei querer segurar-te firme nas minhas mãos oxidadas de tanto estar ao lume. Respondi-te tranquilamente, mas penso na possibilidade de me ver novamente encurralada na espiral da aflição cujo cheiro já está registado no meu ADN de amante-de-coisas-impossíveis. Contudo, estou serena e relativamente confortável caso o confronto com o teu silêncio seja aberto; tornei-me tolerante e experiente em travar relações diplomáticas com a tua ausência. A palavra-chave é a espera. Sou nova, paciente, idealista, nada me impede de continuar a esperar, a sonhar com qualquer coisa especial entre nós duas, embora não saiba ao certo se isso é o mais certo...