6 de Janeiro de 2010
Querida Teresa
São 101 mensagens que aqui estão ao todo, para te louvar hoje, ou melhor, para abençoar a tua infinita ausência, que paradoxalmente deu sopro vivo e vigoroso ao que sinto, e deu sentido a este espaço - consabido já por muitos, e aparentemente acolhedor para aqueles que têm uma palavra a dizer. Nesse sentido, já não penso que escrevo por ti, não anseio a tua vinda miraculosa - como uma deusa que desce do longínquo Olimpo para a terra - para aqui, e esperar que te enterneças pela minha longa, profunda e (in)frutífera dedicação e estima. Escrevo para os que me ainda queiram ler, os que importam com a minha palavra, que não é vã nem a levará o vento, pois não só é uma tentativa de reflectir o mar turbulento interior, mas também o reflexo límpido dos outros mares - que igualmente abarcam procelas temerosas.
Louvo o teu silêncio, a tua ausência, a tua indiferença, a tua ingratidão, pois reverberam a minha lealdade, a minha tenacidade, a minha determinação.