8 de Julho de 2010
Querida Teresa
cheguei da nossa cidade há pouco tempo, como anunciei aqui não fui à tua procura, embora nos últimos dois dias a vontade de te rever fosse imensa, e só de imaginar a tua surpresa (encenada ou não), os teus gestos, as tuas palavras, enfim, tudo relacionado contigo que pesa docemente em mim, ficava com a pulsação descontrolada. Sempre que passava pelos lugares onde te poderia ver, pousava o meu olhar atentamente durante muito tempo, quem sabe não me irias surpreender? Mas só encontrei pessoas que te conhecem, teus colegas do trabalho, notei que já estão mais envelhecidos: cabelos brancos despontavam sem dó nas suas cabeças e nas suas barbas. Mesmo que estejas também assim, não é por isso que a tua beleza fica diminuída, muito menos o que sinto por ti poderia transformar com tão pouca coisa.
Talvez daqui a uns anos, sentir-me-ei digna de te olhar: olhos nos olhos.