25 de Junho de 2009
Querida Teresa
Hoje o tempo inspira para a escrita, em outrora dizias: está um dia de poemas. E de facto é, um tempo para a melancolia sair do seu casulo que é a alma, vir respirar ao mundo, esticar os membros, deixar as suas pegadas e recolher-se. Venho deixar hoje as pegadas da melancolia, palavras que ficam e não se dissolvem com o tempo, nem com o teu esquecimento tão hábil.
Hoje estou extraordinariamente serena e convicta do caminho que pretendo seguir. Mais um ano terminarei a minha licenciatura e já faço planos para seguir outra, de modo a preparar-me: acumulando "munições" no aperfeiçoamento da destreza intelectual para a minha grande tese. Não há dúvidas de que nasci para estudar, e o trabalho de estudante é o mais nobre como dizia um autor barroco. Faz-se com prazer, com saber apesar de muito esforço porque é um trabalho sem fim, mas é precisamente aí que reside o fascínio e o desafio.
Acredito que um dia que eu tiver firme orgulho de mim e que seja admirada, serei capaz de olhar-te sem temor.